6 PASSOS PARA O EAD DA SUA EMPRESA FUNCIONAR
Em quase duas décadas de atuação no segmento de Ensino a Distância – EAD para Educação Corporativa, dei várias cabeçadas tentando aprender qual é a melhor forma de trabalhar.
O grande drama sempre foi como equilibrar agilidade e controle sem comprometer a criatividade e o rigor. Em outras palavras, encontrar as melhores práticas de Gerenciamento de Projetos aplicadas ao Design Instrucional – DI.
Podemos definir o Design Instrucional como sendo o método com que vamos disponibilizar um conjunto de informações (conteúdo) para que público alvo (alunos) as transformem em conhecimento (aprendizado).
No âmbito da Educação Corporativa, deve-se considerar ainda que os alunos precisam aplicar esse conhecimento nas suas atividades profissionais, criando assim valor para a empresa.
Todo projeto de EAD voltado para a Educação Corporativa (também conhecido como e-learning) deve atender a uma necessidade estratégica da organização.
Vale lembrar que o design instrucional pode ser aplicado tanto para atividades de ensino presencial, a distância ou no modelo híbrido (blended learning).
Existem vários modelos de Design Instrucional, sendo os mais conhecidos o ADDIE, o SAM, o Action Mapping e o de Dick & Carey. O que eles tem em comum é a proposta de oferecer uma base teórica para o trabalho dos designers instrucionais.
Nesse artigo proponho uma releitura do modelo ADDIE, sigla de Analysis (Análise), Design (Desenho), Development (Desenvolvimento), Implementation (Implementação) e Evaluation (Avaliação). Em seis passos, concentro o núcleo do DI no terceiro, diferenciando os demais pelas suas atividades chave.
Longe de ser a definitiva, essa abordagem é uma visão simplificada em seis passos de como se implementa o EAD nas organizações.
1. Análise
Todo projeto de EAD voltado para a Educação Corporativa (também conhecido como e-learning) deve atender a uma necessidade estratégica da organização. Isso quer dizer, o desenvolvimento de algum(s) conhecimento, habilidade e/ou atitude nos seus colaboradores para que eles supram a essa necessidade.
Atualmente é muito comum o desenvolvimento de programas de EAD no ambiente corporativo em que o público alvo esteja fora da organização, como fornecedores, clientes ou comunidade.
Para organizações mais maduras, essa necessidade estratégica está claramente mapeada através de ferramentas de gestão como o Balanced Scorecard – BSC, por exemplo. Em casos em que ela não está tão definida, é necessário um mapeamento mais detalhado por parte dos planejadores do EAD.
2. Briefing
Nessa fase são levantados os requisitos do projeto para atender a demanda do EAD.
Primeiro é preciso conhecer do público alvo sua idade, ocupação, habilidade com os meios digitais, grau de instrução entre outras informações. Em seguida identifica-se quais os conhecimentos, habilidades e/ou atitudes deverão ser desenvolvidos no público alvo. Depois busca-se saber se já existem conteúdos disponíveis para a montagem do EAD ou se será necessário pesquisá-los e desenvolvê-los. Por fim, é preciso saber quais os recursos humanos, tecnológicos e comunicacionais serão disponibilizados para a realização do EAD no prazo esperado.
O briefing pode ser melhor aproveitado quando temos em mãos um questionário bem elaborado para nos guiar e praticamos a arte do “ouvir”.
3. Design instrucional
Aqui é elaborado um projeto com as melhores estratégias educomunicacionais que irão atender as especificações do que foi levantado nos passos anteriores.
Ao fazer o Design Instrucional – DI, estamos planejando como os conteúdos, recursos educacionais, comunicacionais e tecnológicos serão combinados para que o EAD tenha sucesso. Ou seja, é o DI que irá garantir, em grande parte, que os usuários irão aprender o que interessa.
Aqui entra a figura do especialista, ou Subject Matter Expert – SME, que é o responsável por fornecer os conteúdos necessários para a estruturação do EAD. Atuando como autor ou curador, o especialista trabalha ao lado do designer instrucional produzindo os alicerces do EAD.
Um dos documentos gerados por essa dupla é o storyboard, que é um tipo de guia visual. Ao juntar esboços visuais com informações textuais, ele permite um rápido entendimento do que o produto final terá.
4. Produção de mídias
Com os storyboards prontos e aprovados passa-se à coordenação do trabalho de especialistas, técnicos e criativos na pesquisa de conteúdos, produção e finalização de mídias.
- Os criativos atuam em áreas distintas como texto, áudio (locução, efeitos sonoros e música) e imagens (fotografia, vídeo, ilustração, animação e diagramação);
- Os técnicos são responsáveis pela programação, integração e bom funcionamento dos recursos interativos que compôem o EAD;
- Os especialistas acompanham os trabalhos e validam os materiais produzidos;
O gerente de projeto coordena a equipe para que tudo fique bem feito, no prazo esperado e dentro do orçamento.
5. Implementação de mídias
Agora que as mídias já estão prontas é preciso disponibilizá-las para os usuários em uma plataforma de gestão de ensino e aprendizado, também conhecidas como Learning Management Sistem – LMS.
Atualmente existem vários LMSs, alguns dos quais rodando na nuvem em modelo Software as a service – SaaS. Nesse modelo o fornecedor se responsabiliza por toda a estrutura necessária para a disponibilização do sistema e o cliente utiliza o sistema via internet, pagando por licensas individuais pelo serviço oferecido.
Nos casos em que é exigido um controle mais rigoroso, também não faltam opções de LMSs rodando nos servidores das empresas.
Seja como for, o primeiro passo é configurar o LMS para em seguida fazer o upload das mídias e testes na plataforma.
6. Acompanhamento
Agora que o EAD está implementado chegou a hora de acompanhar o acesso dos alunos aos conteúdos.
Em alguns casos, faz-se necessária a tutoria onde uma pessoa capacitada conduzirá o andamento do curso, auxiliando os alunos no que se refere aos aspectos técnicos da plataforma e também dos conteúdos do EAD.
Os acessos dos alunos e seus resultados nas avaliações são registrados no LMS e apresentados na forma de gráficos. O propósito é permitir aos gestores de RH ou responsáveis pelos treinamentos interpretaram os resultados e tomarem as melhores decisões no menor tempo possível.